5.1.11

construção do abstracto


CONCEITO

O que é que arrisco? eu arrisco tudo a que estou habituada só pelo sabor do desconhecido.
Toda a minha evolução conceitual se baseou neste desejo de abismo, de frustação pela prisão rotineira e conservadora.


VAGA DE IDEIAS:


Mas era preciso arriscar.
Estou disposta a arriscar-me. A separar-me de mim mesma para me reconstruir, para nascer de novo.
Não tenho medo de me libertar da minha própria bolha quotidiana. Posso cortar as minhas raízes e reescrever-me.
Era preciso arriscar para sair do mundo. Podia cair no abismo ou simplesmente adaptar-me.
Posso transformar-me num camaleão de pensamentos mas só me perderia mais, só cairia mais. Até tocar no fundo duro.
Estou disposta a arriscar por um caminho incerto só por um sonho.
Mesmo que me desfaça sempre mais um bocadinho.

notas reflexivas: começando por deixar as minhas ‘raízes’ estava disposta a mudar, no entanto nao queria tornar-me num camaleão cansativo sem cor própria apenas para uma integração mais fácil.



Mas era preciso arriscar.
Quero libertar-me desta sensação de confusão, de normalidade e monotonismo. Sinto que preciso de arriscar para me libertar desta sensação de mau-estar que me aperta as mãos e a alma. Não sei o que fazer.
Quero arriscar para me sentir livre e suspensa num ar frio e incerto onde posso encontrar e fazer tudo.
Mas tenho medo, não de me magoar, mas de magoar os outros. No entanto quero soltar-me do real.
Entranhar no sonho do surreal navegando até ao ponto mais absctracto.
Esta sensação é de vidro, é baço. Quero arriscar. Preciso de arriscar. Desejo agora o desconhecido. Mas continuo com medo.

notas reflexivas: desenvolvi mais o conceito da dor. o meu medo não é magoar-me nesta inovação incerta mas sim os outros. magoá-los e nem saber que o fiz. quero arriscar. mais do que nunca mas o medo já surge. já é uma barreira.










Mas era preciso arriscar.
Preciso de mudar o que está à minha volta, o que está dentro de mim. Estou cansada desta constante do momento igual.
Quero soltar as minhas angústias, quero rebentá-las.
Um segundo de profunda escuridão que durasse sempre num canto. Necessito desesperadamente desta caixa de isolamento exterior. Não há som, não há imagem, não há frio, não há tempo.
Solta-me e deixa-me liberta. Não te quero magoar mas isto já me atormenta demasiado. É já muito tempo, é já muita diferença, muito distanciamento. Não quero viver mais esta ilusão, esta ignorância, este paradoxo tridimensional.
Não me tentes explorar mais com todo o verde.
Deixa-me arriscar que eu preciso de sofrer de desconhecido outra vez. Deixa-me ter medo do que virá.

notas reflexivas: explorando a qualidade do tempo no conceito do desconhecido abstracto acabei por criar o meu própria conceito físico que me viria ajudar para a apresentação mais tarde. tornei o desconhecido uma caixa de isolamento exterior envolta numa profunda escuridão, no entanto, não há imagem; tornei o desconhecido algo doloroso e que provoca medo, apesar disso é algo necessário. quero largar-me do verde tão aborrecido e tão paradoxal nesta perfeição enganadora me envolvia. simplesmente quero o desconhecido.



o meu conceito vive no meu subconsciente. é o que penso sem pensar. não tem limites. é um infinito-e-mais-além. É de manchas, disformes, achatadas, moldadas umas às outras, ao seu próprio distanciamento. São o meu próprio mundo surreal e abstracto numa textura delicada e eclética, num leque de pretos, amarelos, roxos e vermelhos. Vão-se soltando em volta de um núcleo impreciso, tornando-se mais redondas, mais límpidas e brancas. Partem-se. Recomeçam. Reconstroiem-se.

notas reflexivas: finalizando, cheguei a um conceito reduzido e sobretudo descritivo. porém é uma descrição abstracta do meu interior. este conceito final foi fundamental para a realização da minha maquete.

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