5.2.11

módulo III - design de comunicação - semana 6

Para incluir no portefólio, desenvolvi um pouco mais o conceito, finalmente concluí a memória descritiva, completei a exploração de ideias, acrescentando ainda mais algumas coisas, fiz a selecção e desenvolvimento de uma ideia mais a realização e refiz a apresentação final.

CONCEITO


Vivo logo cometo erros. Ando e tropeço. Como e vomitou. Durmo e tenho pesadelos. Penso e choro.
Não sei já o que sou, caí no indefinido e de lá já não consigo sair.
Mas também não quero.

notas reflexivas: vivo amargurada. pode ser uma mais dócil ou mais salgada. apenas por existir sofro e caminho aos tropeções. constantemente.










 
MEMÓRIA DESCRITIVA

a) O QUE FOI PEDIDO


mais uma vez este desafio assemlhou-se aos outros, no sentido em que os três desafios sempre nos propuseram uma reflexão sobre a nossa situação actual. o que acabou por gerar uma antítese. muitos alunos falaram sobre o passado ou sobre o futuro.
eu simplesmente falei.



b) QUE RESPOSTA FOI DADA

À semelhança dos trabalhos anteriores a carga negativa continuou.

A poesia visual foi algo que me agradou bastante pois já a tinha descoberto à uns meses e já tinha feito alguns trabalhos com esta técnica. Uma vez que todos os meus desenhos estão sempre relacionados com a escrita foi algo que me facilitou o desenvolvimento destes trabalhos.

Em Design de Comunicação trabalhamos sobretudo com o Photoshop, com o qual já estava familiarizada. Penso que o meu produto final: a capa, ficou do meu agrado, porém tive que desenvolver outra pelo simples facto da fotografia da primeira não ser da minha autoria.

Com os resultados do período passado percebemos que tanto temos que ser mais meticulosos como temos que nos esforçar mais. Assim, tentei atingir este nível superior.



c) ASPECTOS DIGNOS DE REGISTO

As imagens sombrias com alguma carga neutra ou difusa inspiraram-me muito ao longo de todo o trabalho. Não só por terem a ver com o conceito em si mas também por serem um tipo de imagens(ambíguas, paradoxais) das quais sempre gostei e me indentifiquei. O nevoeiro acaba por se uma tradução quase literal deste conceito.


O grupo é um apoio. Mas por vezes é o que menos suporto. A solidão, o espaço pessoal é algo que prezo muito. Porém esta imagem acaba por traduzir este pensamento. O nevoeiro, a indefinição da própria água e céu acaba por juntar tanto a idealização (falsa) da perfeição (céu) com a dúvida perante o caminho (água).



o caminho escuro, contínuo, incerto, perdido associa-se inteiramente tanto à sensação de solidão como de (des)conforto ou de desorientação. É preciso mais do que uma estrada, do que uma direcção ou uma linha para nos descobrirmos. Às vezes ficar perdidos, amargos é a única forma de nos encontrarmos realmente.


 
o sonho é um refúgio, quantas vezes já te apeteceu pousar a cabeça, adormecer e nunca mais acordar, porque esse mundo controlas, nem que seja minimamente.
esta fotografia sugere plenamente isso. é o indefinido, o puramente belo, a tranquilidade que desejamos.


  
a linha do horizonte é o longuínquo, o destino. mas o caminho é o mais interessante, o mais purificador, o que é realmente importante.
O homem só, de branco é uma luz no escuro no indefinido, a tendência a que mais nos agarramos quando perdidos, o outro.



Com esta explicação e mostragem de imagens que me inspiraram e influenciaram fortemente pretendo mostrar um caminho que segui. não o destino, pois isso até o mais fácil.




d) CONCLUSÃO

Penso que evoluí, que evoluí em todos os módulos. Mas agora já não sei.
Depende da interpretação de cada um, do gosto, do objectivo. E eu não sou propriamente objectiva. Gosto do difuso e do caos, o que me põe uma entrave aguçada em meia vida.
Assim, procurei desenvolvi o trabalho à minha maneira, não quis propriamente agradar, apenas fazer o que tem a ver comigo e com o meu conceito, o puramente pessoal. Se consegui ou não, é fácil responder. Não.
Sou constantemente influenciada por tudo o que me rodeia, desde do meu melhor amigo ao bicho morto que vi ontem. Sou humana logo sou bombardeada pelos sentidos, pelo pensamento enganoso.










EXPLORAÇÃO DE IDEIAS

b) fotomontagem


 como desenvolvimento do outro, esta fotomontagem já apresenta poesia visual. ‘luzes sossegadas’ remete não só para os próprios candeeiros na fotografia como para uma tranquilidade que apenas o tempo traz.  



  d) experiências para a capa


tendo escolhido já a imagem e os objectos de texto comecei o por fazer uma experiência no powerpoint. escolhi ‘pele nua’ pois sendo o meu conceito a ‘amargura’, a sensação de vazio, de estar exposto, de ter a pele arrepiada acabou por ser uma solução para o título. para a frase escolhi ‘limita-te ao vazio’ acaba por ser quase uma indicação para encontrar conforto e calor, na nossa essência. escolhi esta imagem pois me captou muito desde do início e tanto as tatuagen como as mãos entrelançadas têm um significado quase de destino, de impossibilidade de reversão de que o meu conceito também fala. 


já com o Photoshop comecei a trabalhar a imagem. a conselho do professor desisti da colocação do texto na vertical. com um espaçamento entre as letras e tons esverdeados procurei dar uma conotação escura e misteriosa à capa. 


para finalizar as experiências com esta imagem resolvi colocar o texto completamente na horizontal com espaçamento. escureci mais a imagem e dei sombra fazendo como que uma ligação entre a imagem e o fundo escuro.



esta experiência tornou-se a minha decisão final.
sendo da minha autoria transmite algo completamente diferente, pois já é de uma dinâmica pessoal. o olho representa a visão cega, opaca perante o mundo. é uma visão desiludida.
o tom café da pele, o fio de cabelo em caracol, o tendão do pescoço são elementos humanos, simbologia da emoção. o manto azul como plano de fundo é uma falsa tranquilidade, um mar imprevisível.
ao o olho ser como que uma tatuagem marca o infinito, o para sempre.

e) paginação


como evolução da experiência de paginação anterior esta já possui dois lados mais definidos e com maiores contrastes limitando melhor o espaço do texto e o da imagem. o título atravessa esta separação tornando-se assim um factor de união e divisão. tal liga-se muito ao meu próprio conceito pois os paradoxos, as falsas divisões fazem parte dele. 






 
SELECÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA IDEIA

a) capa



  escolhi esta imagem pois capta o lado sombrio da amargura e do fado.

 
através do conceito e da imagem cheguei a um ‘acordo’ com o título e com a frase.
ligam-se a um estado de vazio, de total exposição.

 
com o Photoshop trabalhei a imagem de modo a incorporá-la num ambiente sombrio, porém as tonalidades da imagem e do texto ficaram com tons esverdeados.
pretendi assim desenvolver a imagem de modo a não só realçar as tatuagens e as mãos como o título e a frase. 


para terminar a experiência com esta imagem alinhei o texto de modo a criar uma decrescência.
espacei ainda as letras de modo a dar mais ênfase ao texto.
deste modo quis que a capa não só transmitisse sobriedade e crueza como uma sensação quase de minimalismo.

 
esta experiência tornou-se a minha decisão final.
sendo da minha autoria transmite algo completamente diferente, pois já é de uma dinâmica pessoal. é uma representação do meu conceito muito mais concisa.
mantive o título e a frase pois penso que continuavam a ligar-se perfeitamente ao conceito. esta fotografia tem um magnetismo diferente, frio e humano ao mesmo tempo.

b) fotomontagem



a partir desta imagem procurei um jogo claro/escuro, metal/pele, preto/dourado.
com este jogo quis transmitir não só uma falsa superficialidade do belo e brilhante como também uma ocultação do ser humano interior através da exibição do seu exterior.


 na mesma linha de tons quentes em contraste com o preto aqui misturei o caótico com o calmo, o intocado.

 
como desenvolvimento do anterior procurei dar mais expressão à fotomontagem com a colocação de poesia visual; essa diz ‘luzes sossegadas’ numa alusão metafórica à tranquilidade e sensação de segurança que uma simples luz pode proporcionar num momento de medo ou tristeza.



 c) poesia visual
 
‘não vadies por essas ruas da amargura’ trata-se de uma tradução quase perfeita do meu conceito, pois para traduzir uma sensação é sempre preciso mais do que uma palavra.
assim, com um retrato da velhice amargurada pelo receio do esquecimento é incorporada com o caos da ‘circulação de letras’, como que uma confusão de ideias, de desejos e contradições. 



  à semelhança do anterior explorei a organização caótica da frase numa direcção que se assemelha a estradas. ‘respiro fundo’ acaba por ser uma saída da exaustão, essa está bem enterrada no vaso do qual floresce esta amargura quão ácida e deliciosa como o vinho. 

 
seguindo ainda o ‘caminho das frases’ aqui já há uma maior agitação gráfica graças ao próprio branco.
o tempo torna-se um destino do qual não se pode fugir e que nos tira tudo aos poucos e poucos.
demancha-nos muito subtilmente até nos deixar no mais silencioso dos vazios.


adoptando outra técnica(tira de jornal) mas continuando o caos das palavras aqui uma explosão contida ocorre. ‘perdi o juízo!’ torna-se assim uma tradução para esta explosão que estilhaça palavras sem sentido.



apesar de parecer nada ter a ver com os trabalhos anteriores tem tudo. fazendo parte de um processo criativo acaba por sintetizar o que antes foi feito.
técnicas completamente diferentes. significado absoluto:
‘mundos paralelos, mundos caídos’ é a sensação do amargurado, do triste, do vazio choroso.
 d) paginação


a ideia de retorção, de caos foi sempre mais visível, mas numa paginação evita-se isso.
por isso procurei uma maior organização, porém na caixa de imagem já me libertei mais e deixei que formas menos usuais se criassem.

  tratando-se de uma evolução do anterior segue mais ou menos as mesmas ideias. porém além de mais desenvolvido tem um encaixe visual diferente, com linhas mais estruturadas, torna-se mais apelativo e mais correcto








APRESENTAÇÃO FINAL
a) plano da acção





1.   CONCEITO


2.   CAPA


3.   PÁGINA TIPO


4.   FOTOMONTAGEM


5.   POESIA VISUAL








1 - CONCEITO





este conceito vive da amargura. está remoído por todos os pensamentos fragmentos de um falso todo a que chamamos vida.a tristeza, a angústia provêm de todo o rancor que apodrece dentro de nós.


assim, todo o escuro que se torna uma repetição automática floresce numa nova forma. mas concreta e melancólica.








2 - CAPA





O título é pele nua.


O meu conceito resume-se a amargura. A amargura acaba por criar as mais variadas sensações e uma delas é o sentir-se vazio e exposto, exposto a um mundo, a pessoas que não quero que me vejam. E assim cheguei ao conceito de pele nua; é um estado puro, a essência que nos torna humanos, a textura mais doce que há.


Assim, não há necessidade de colocarmos mais camadas para nos afundarmos. limitarmo-nos ao vazio é o estado mais consciente que podemos atingir. sem receios.





Trabalhei sobretudo o olho, o contraste, a intensidade e a coloração da imagem.





Esta fotografia tem um magnetismo diferente, frio e humano ao mesmo tempo.


O olho representa a visão cega, opaca perante o mundo. É uma visão desiludida.


O tom café da pele, o fio de cabelo em caracol, o tendão do pescoço são elementos humanos, simbologia da emoção. o manto azul como plano de fundo é uma falsa tranquilidade, um mar imprevisível.


Ao o olho ser como que uma tatuagem marca o infinito, o para sempre.











3 – PÁGINA TIPO





texto:





(geral)


Nos três módulos os conceitos rodaram em torno do pensamento profundo e das emoções negativas(angústia, desconhecido, amargura).


Assim foram trabalhos que se desenvolveram com uma certa carga negativa, porém a cor muitas vezes criou um paradoxo entre estes dois mundos, estes dois pólos.





(módulo III)


Noto uma evolução bastante grande deste do primeiro módulo ao terceiro.


Os grafismos, as técnicas, a criatividade, a inovação, o traço, tudo alterou-se.


Assim, coloco uma fotografia e um desenho(exploração de ideias de cerâmica)como exemplo desta evolução.





O título é como que uma junção dos três conceitos e do trabalho já realizado. Tratam-se sempre de pensamentos complexos e terrivelmente humanos.





As imagens foram recortadas e ‘recoladas’, era uma ideia que já tinha há algum tempo, tendo-me inspirado na paginação da Parq Magazine.











4 – FOTOMONTAGEM





Escolhi esta fotomontagem porque apesar de ter sido a última foi a que me pareceu mais desenvolvida em comparação com as anteriores.





Fiz uma sobreposição de pedaços de revista sobre o próprio título criando uma zona de caos em contraste com a traquilidade que a imagem base transmite com a sua cor sépia, teias e pó.





 ‘luzes sossegadas’ é uma alusão metafórica à tranquilidade e à sensação de segurança que uma simples luz pode proporcionar num momento de medo ou tristeza.











5 – POESIA VISUAL





Em comparação com o ponto anterior também penso que este último trabalho foi o mais evoluído. Foi também o que mais me satisfez. Através do recorte do papel, cosi-o com fio e coloquei tinta no meio espalmando e fazendo uma falsa simetria. não utilizei qualquer tipo de colagem.


a poesia visual encontra-se no meio a preto dizendo ‘mundos paralelos, mundos caídos’, há assim uma alusão à simetria desigual. A fragilidade dos materiais o azul índigo remetem a uma tristeza doce amargurada.






Sem comentários: