REFERENCIAIS A UTILIZAR NA EXPLORAÇÃO DO CONCEITO
autor: alex freund
fonte: in a fraction of a second
a luz projecta a sombra que nos segue ou nos foge. ela é o nosso outro eu, uma outra alternativa, silenciosa e opaca.
com toda a nossa sobriedade e quietude nos separamos da nossa própria imagem criando ilusões.
título: 834
autor: desconhecido
fonte: genericdream
o mundo urbano tornou-se há já alguns anos uma referência para mim mesma.
tratando-se do meu meio envolvente, onde me vou formando com o passar dos anos tornou-se parte de mim, foi alapando-se aos poucos e muito subtilmente ao meu corpo, à minha alma.
o preto e branco também foi um duo que sempre me fascinou muito. não sei explicar bem, talvez seja herditário, desconfianças.
o graffiti, o cimento, o vidro, a palavra reunem muitos destes pontos.
título: ballet shoes
autor: desconhecido
fonte: MILK
a elegância é decadência, é apenas um abrigo para um desassossego interior, para um medo e para uma insegurança.
o ballet é uma fuga da realidade, a ocultação da dor humana através da delicadeza. são os pés a parte do corpo que mais se magoam, o próprio calçado e rebentado, descosido, desgastado em nome da beleza. essa coisa tão falsa.
título: black florest
autor: desconhecido
fonte: in a fraction of a second
o caminho para a tranquilidade é sujo e cheio de pedras. a luz torna-se uma dádiva, um calmante para toda a dor interior e física que enfrentamos, todas as dúvidas são esquecidas. somos envolvidos por um factor exterior que nos conforta, nos deixa chorar sem preconceitos ou julgamentos.
título: sem título
autor: maximus chatsky
fonte: in a fraction of a second
o prédio é visto como algo de linhas harmoniosas, de tons coerentes e um local onde o homem vive.
aqui tudo isso converge, mas mesmo assim há uma melancolia na própria composição, no ligeiro desalinhamento do topo dos prédios, na janela fechada, nos tijolos irregulares. é o próprio urbanismo a sair de si.
título, autor e fonte desconhecidos
a música e a dança são as formas mais genuínas de vivermos e nos expressarmos.
todo o nosso corpo e cabeça transportam-se para dentro de si mesmos e gritam mais alto, são mais violentos que a própria palavra.
título: dark spoon
autor: desconhecido
fonte: in a fraction of a second
a envolvência da escuridão no corpo humano e uma brecha de luz são metáforas para a disputa mental em que muitas vezes nos encontramos. o facto dos olhos não se verem são como que uma cegueira falsa, a ignorância visual e cardíaca. não vemos porque não queremos e isso é dos maiores enganos em que podemos cair.
título: going up
autor: desconhecido
fonte: desconhecida
é na água que desligamos de nós mesmos, só quando o ar nos falta e que acordamos. a água é de um silêncio envolvente e faz-nos flutuar e voar ao mesmo tempo num vazio ondulante. os nossos movimentos abrandam e o som distorce-se completamente soando mais abafado e longíquo. mas ao mesmo tempo a água puxa-nos para o fundo e afoga-nos, secando-nos os pulmões e a cabeça, tão ironicamente.
título: desconhecido
autor: desconhecido
fonte: desconhecida
toda esta cor é como um quadro feito de ilusões. a tinta está seca, está gasta.
nada mais resta do que um espectáculo visual moribundo. a cor é uma forma de precisamente pintar, ocultar todos os erros e dores. por vezes as camadas já são tantas e jé têm tantos anos que começam a estalar, a apodrecer.
e o pior que podemos fazer e pintarmos os nossos olhos e a nossa cabeça iludindo-nos do que realmente somos e do que realmente está a acontecer.
título: desconhecido
autor: desconhecido
fonte: in a fraction of a second
o reflexo da realidade tapa-nos o rosto, retira-nos a nossa identidade e deixa-nos vazios e sós connosco mesmos. o nosso encosto passa a ser o muro sujo que erguemos à nossa volta de modo a ignorarmos o mundo. não somos os únicos, pois como a voz nominal diz somos vários. estamos distantes e olhamo-nos sem expressão como se todos os que nos rodeiam não fossem meras sombras.
título: sem título
autor: yvan rodic
fonte: face hunter’s
a visão é normalmente vista como uma verdade. mas é tão mentirosa, as cores não existem, as formas não são bonitas, a luz e o escuro são o mesmo. toda a imagem projectada torna-se do que queremos ver, ou fecharíamos os olhos. todo o filme que vamos ver não passo de um conjunto de fotografias que nos enganam e se mexem, falam. o cinema e a fotografia não passam de pontes visuais para o nosso interior, é o que queremos transmitir ao outro, é a violação da nossa intimidade, das nossas ideias. expõe-nos a situações, acorda as nossas emoções e faz-nos duvidar de nós mesmos. porque no final, não passa de tudo de um mero teatro social.
título: desconhecido
autor: desconhecido
fonte: in a fraction of a second
cada ponto de luz que sobressaí puxa-nos para cima. desvia-nos do cinzento, da tristeza em que já nos tinhamos instalado tão confortavelmente. pode ser de qualquer cor. basta a sua presença, a sua curvatura e ampliação para nos absorver noutra realidade talvez mais feliz. porém, talvez haja uma luz muito mais real, muito mais verdadeira, uma que nos acorde. uma luz apagada, uma luz escura que possamos ter sempre ligada dentro de nós e que nos sirva de consolo nos minutos mais desesperados do dia e da noite. preciso de uma luz de presença.
título: desconhecido
autor: desconhecido
fonte: desconhecida
todas as histórias que já vivemos, todas as memórias que já contámos, todos os trabalhamos que suámos, todos os amores que já chorámos vendem-se sujos e usados. rasgados e esquecidos. empilhados e ignorados. apenas à espera nesse caos. à espera que alguém os deseje e os viva.
título: sem título
autor: eliza vetap
fonte: in a fraction of a second
uma pessoa pode ser caracterizada com cores. talvez ligadas de alguma forma aos olhos, porém um olhar castanho pode ser tanto doce como perigoso, ou um azul pacífico ou frio. uma pessoa é composta de cores porque precisamos constantemente de rótulos para nós mesmos. a figura andrógina é uma das melhores formas de nos contradizermos, assim como as cores. não passa tudo de signifiados em cima de mais simbolismos. bastava uma folha em branco, um silêncio para de facto compreendermos quem realmente somos.
um simples olhar para dentro de nós.
título: ouve-me
autor: desconhecido
fonte: desconhecida
porque é que para sermos ouvidos é necessário um grito, a palavra?
porque é que não nos podemos fazer ouvir com uma expressão, com um gesto?
porque é que não podemos ouvir de ouvidos, olhos tapados?
porque é que não podemos ouvir tudo a partir do silêncio?
porque não consigo ouvir o meu pensamento?
título: sem título
autor: jessica hart
fonte: jessica hart blog
cada um é igual ao outro. cada um é diferente do outro. cada um pensa como eu. cada um fala como eu. cada um mexe-se como eu. cada um escreve como eu. cada um fala como eu. cada um canta como eu. cada um sabe como eu. cada um dança como eu. cada um pinta como eu. cada um corre como eu. cada um morre como eu.
cada um é igual a si mesmo e não como eu ou tu.
título: the city
autor: desconhecido
fonte: in a fraction of a second
sou a cidade vazia. a cidade nua. a cidade suja. a cidade de betão e de vidro.
sou cada papel no chão. cada fruta podre. cada bicho atropelado. cada vagabundo
sou um céu. uma pessoa. uma pedra. uma lágrima. um ramo. um banco. uma página.
sou mais um sapato. mais uma fome. mais uma esperança. mais uma ambição.
sou todo o esgoto. toda a rua. todo o lixo. toda a árvore. todo o edifício.
sou apenas mais um cidadão numa cidade que já cresceu e está a cair.
título: the pure ocean
autor: desconhecido
fonte: we heart it
o mar é dos mais antigos eufemismos para o homem. e para mim.
eu sou a rebentação a cada passo. eu sou cada corrente suave a cada sopro. eu sou cada onda a cada gargalhada. eu sou a transparência azul-esverdeada a cada piscar de olhos que dou. eu sou o sal a cada lágrima. eu sou cada espuma a cada palavra.
refugio-me no mar, como a criança no colo aconchegante do seu avô.
título: desconhecido
autor: desconhecido
fonte: 19 candles
mesmo arrastada pela corrente. mesmo abrandada por esta massa magnânima. mesmo gelada pela temperatura continuo a caminha em frente, para o fundo do oceano. procuro o barulho silencioso da água, a cor dos corais e a companhia dos animais marinhos. procuro a liberdade que nunca tive por estar presa por detrás dum muro fino e frágil.
EXPLORAÇÃO DE IDEIAS
c) retrato
Sem comentários:
Enviar um comentário