10.3.11

módulo IV - audiovisuais - semana 3

EXPLORAÇÃO DE IDEIAS
b) filme
b.1. guião
guião de ‘estado quase verdadeiro’

CENA 1
plano negro a piscar, alternando com branco.
aparece o título do filme a branco no plano negro.

CENA 2
mia desce a correr calçada ingreme descalça, unhas pintadas em dois tons de azul diferentes e pernas e pés cobertos de pinturas tribais, sempre de perfil,
plano médio dos pés aos joelhos.

CENA 3
muito grande plano das mãos da joana a passar pela água a sair da torneira, restos de tinta preta saiem.
plano de pormenor de mão a limpar o olho e este a abrir e a piscar.
grande plano frontal da joana com a cara manchada de tinta preta e meia molhada, joana olha fixamente para a câmara com olhar vazio.
plano próximo em picado do lavatório com a água a correr e a tinta preta a ser puxada para o buraco.

CENA 4
trêpa, de cócoras com tshirt branca, calças de ganga e pés descalços em frente ao espelho sujo apoiado numa das estátuas, de costas para a câmara e enquadrado à direita, fonte luminosa como plano de fundo.
plano próximo do trêpa de costas para a câmara com enquadramento à direita.
grande plano do trêpa de perfil e a olhar de frente para o espelho com expressão séria e neutra.
plano de pormenor da mão do trêpa a avançar a rainha no tabuleiro de xadrez encostado ao espelho – panorâmica horizontal.

CENA 5
plano americano de sala escura com lâmpada vermelha acesa e pendurada do lado direito. mão da mariana começa a surgir do lado esquerdo em direcção à lâmpada e esta começa a piscar, a falhar. depois surge o braço, a mariana vai hesitando conforme o piscar da lâmpada.
de repente a personagem tenta agarrar a lâmpada bruscamante e fica completamente escuro.

CENA 6
plano próximo da mariana de frente sentada numa cadeira velha vestida com tshirt preta e descalça a seguir com os olhos e expressão vazia um amuleto que balança em modo de pendente de hipnose tendo a Fonte Luminosa como plano de fundo.
repetição de todos os pontos anteriores com joana, trêpa e mia.
plano negro

CENA 7
plano branco com o nome dos alunos,
plano negro com o nome dos professores,
plano branco com a tecnologia, turma, ano lectivo e escola.

c) retrato
 

8.3.11

módulo IV - audiovisuais - fotografia - aula 2 - dia 1 de Março de 2011

SUMÁRIO:
1. sessão fotográfica


1. sessão fotográfica
Nesta aula começámos de facto a dar forma aos nossos conceitos.
A partir de desenhos, planos, ideias levámos já os adereços, maquilhagem, etc necessários para a realização das fotografias.
A partir de desenhos que tinha feito, explorei as minhas ideias, peguei em vários aspectos e com determinadas mensagens e iniciei a sessão fotográfica:

A LOUCURA
nesta cadeira descontrolo-me por completo, perco noção do físico e do real.
subo a um patamar em que a exaustão física é sobreposta pela raiva emocional.
cada dúvida palpita em cada dedo.
os meus tendões rebentam com a tensão e a carne rasga-se com a violência.
agarro com todas as minhas forças esse papel sujo em que me escrevi.


(fotografia final - retrato da loucura)

adereços: folha de jornal - é o papel onde eu própria me escrevi, é escrito à máquina como algo falsamente pessoal e tem um lado de cor diferente como que uma dualidade dentro da ideia: a dúvida. está amachocado porque 'atingi' um limite, quebrei o racional, enlouqueci e já não me aceito a mim mesma como quem sou.
maquilhagem: verniz vermelho(o lado mais verdadeiro, mais duro) e verniz cinzento(lado menos claro, mais fácil) - representam a dúvida, cada dedo é uma alternativa dentro de uma perspectiva, a mão.
cenário: plano negro - ausência da luz, da realidade, da verdade.
iluminação: tirada com flash, focado na mão. fotografia escurecida no Photoshop de modo a ganhar uma vibração mais tensa
cor: tons contrastantes (preto/branco, cinzento/vermelho)
enquadramento: objecto principal no centro de modo a ganhar maior dinâmica e força, o braço em diagonal faz com que a postura se torne ainda mais rígida
modelo: Ana Abreu

 






O DESASSOSSEGO INTERIOR
digamos que é o espelho.  Reflecte-se no bloqueio mental, com a incapacidade de progredir, neste caso de me aperceber dos detalhes mundanos mas cheios de palavras.
o ser humano torna-se o epicentro desta confusão. A angústia nasce da alienação perante a folha vazia, das folhas amolgadas postas de parte.

 
 
modelo - Francisco Trêpa




 O GRITO PELA LIBERDADE
nesta cadeira grito até todas as minhas veias rebentarem.
grito com toda a raiva e desespero.
grito para fugir, grito para não enlouquecer, grito para me encontrar.
pego em todas as minhas angústias a danço com elas, numa dança violenta e crua.
assim, revolto-me contra mim mesma, procuro uma liberdade dentro da prisão que eu sou.


(fotografia final - retrato do grito)


adereços: lençól branco - estilhaços de erros, com eles dança pois sabe que apenas aprendendo com eles ultrapassará as barreiras
figurinos: camisola negra de mangas, leggins negras – luta do corpo perante o sofrimento da mente
maquilhagem: baton vermelho - alusão à dor física e emocional; cabelo solto – representa uma falsa liberdade de movimento, pois apesar do cabelo estar solto continua preso à cabeça
cenário: parede branca
iluminação: forte, imagem escurecida no Photoshop
cor: preto e branco em maior contraste com o tom da pele e do cabelo e ainda com vermelho da boca
enquadramento: central, a personagem ganha poder não só pelo seu movimento como pela colocação do seu corpo, sendo um quadrado e estando o corpo cortado dá uma perspectiva quase claustrofóbica e contraditória pois a ideia é que o corpo dance e se liberte.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 








APENAS LÁGRIMA
limito-me a toda a dor. reprimo-a nas lágrimas mais desoladoras, mais asfixiantes. no meio de todos estes cacos meus cortou as pontas dos dedos. assim, deito-me nesse manto nu e cru a que chamo de cadeira. sinto cada osso repousar na dureza e derramo essas lágrimas tão apertadas, tão contidas, tão pequenas.

(fotografia final - retrato do choro)


adereços: papeis – representação dos ‘cacos’, das memórias perdidas
figurinos: camisola negra de mangas, leggins negras – luto por si mesma
cenário: lençól branco – superfície dura e nua/verdadeira/pura
iluminação: luz branca, fotografia com filtros azul e violeta
cor: tons azulados e cinzentos para dar mais enfatização à mágoa
enquadramento: divisão da fotografia em duas metades, uma clara - a dos papeis e do lençól e uma escura - personagem, a personagem ganha maior enfâse estando numa posição de confronto com a outra metade e estando invertida o impacto do rosto e do corpo humano é de queda em continuação por ter o resto do corpo e do cabelo cortado
modelo: Mariana Cirurgião

 













CHORO (A)DENTRO
aqui presa, aqui trancada não posso mostrar a minha cara, até os meus olhos são uma máscara, não vá alguém ver como sou.
com os olhos não posso sorrir, apenas chorar.
mas um choro silencioso, jamais posso ser ouvida. jamais.
por isso choro para dentro, escondida por camadas de mentiras opacas.

modelo - Margarida Carvallho
fotografos - Francisco Trêpa e Mariana Cirurgião