1.4.11

módulo IV - audiovisuais - projecto - aula 5 - dia 1 de Abril

SUMÁRIO:
1. apresentações finais
2. edição do filme


1. apresentações finais
Do número 1 ao número 13 fizeram as suas apresentações orais nas quais falavam do seu conceito, mostravam o produto final do raid 3 e do retrato  e relacionavam-no com o primeiro através de um powerpoint simples. No final das apresentações os Professores fizeram uma avaliação deste módulo dos alunos que tinham apresentado recolhendo já alguns diários de projecto.



2. edição do filme
Comecei então a editar o filme do meu grupo. Já o tinha quase terminado, porém como tivemos que repetir algumas cenas tive que voltar a encaixar tudo. No final da aula já tinha o filme pronto, excepto a banda sonora, pois a música em que tinhamos pensado era demasiado curta para o filme, tendo este também excedido do próprio tempo proposto pelos Professores.




29.3.11

módulo IV - audiovisuais - cinema - aula 3 - dia 29 de Março de 2011

SUMÁRIO:
1. realização dos filmes

Repetimos algumas cenas e terminámos outras:








27.3.11

módulo IV - audiovisuais - semana 5

CONCEITO
a) conceito individual

1.
Adormeci e entrei em mim. A preto e branco me procurei no espelho sujo. O batimento frágil e intenso de meu coração ribombou em cada veia da cabeça, dos dedos. Arrepiei-me nua neste espaço vazio. Olhando-me não me vi. Não tinha cara, apenas pele exposta. Esse espelho de enganos estava coberto de mim, de sinais e de uma leve penugem, de pele macia e de brancura, de manchas e de cicatrizes. Chorei. Arrependi-me da entrega ao estado puro e cru.
Cai no negro, o ar acariciava-me as entranhas, os olhos e a boca, deixei-me levar. A minha cabeça ficou livre e leve. De novo enfrentei o espelho sujo. Uma veia palpitava-me do peito ao pescoço e daqui à têmpora. Mas parou, um aperto no coração perante o rosto sem eu. Gritei, gemi e lamentei.
Acordei e procurei o espelho que nunca tinha existido. Olhei-me na água fria e vi a lágrima e a palavra. Reflectida naquela agitação isenta de vida me encontrei. Ali era eu, eram os meus olhos escuros, a minha boca ferida, a minha língua seca.
Eu era o complexo humano, eu sou o desassosego.

análise: num primeiro ‘rascunho’ o espelho revelou-se uma porta demasiado evidente. Porém o sonho como uma porta para mim mesma já é uma porta mais disforme e menos comum. Este conceito é um medo de me perder, no meu sonho descubro que já não sei quem sou e procuro desesperadamente por mim mesma, encontrando em todos os espelhos meras imagens das minhas memórias e sensações e nunca algo que eu reconhecesse como uma característica física minha. Apenas quando acordo reconheço essas minhas características físicas, porém era no sonho que via realmente quem era, não é o meu corpo, a minha cor que define quem sou, apenas as cicatrizes que possuo podem contar em parte com o que o mundo me fez.


2.
O desassossego cria buracos na nossa cabeça, espaços à toa que flutuam sem saber o porquê.
Inquieta-me o olhar para uma pedra e não ver nada para além disso. Perturba-me ter deixado de observar fixamente uma pessoa que estava sentada à minha frente. Arrepia-me ler sem pensar e ter que voltar a trás porque estava abstraída.
Não é tristeza, não é ansiedade nem é ausência.
É a ambiguidade entre o que sou e o que serei.

análise: este pequeno texto trata-se de uma transição entre o conceito inicial e o final. é uma reflexão sobre o próprio conceito. Essas portas todas têm uma entrada e saída exactamente iguais: a ambiguidade. É neste estado em que realmente sou, porque ninguém é precisamente alguém, tem dois lados que se repartem em muitos mais. Uns mais salientes que outros mas temos muitos lados, somos humanamente ambíguos.


3.
Sou um espelho velho, sujo e mudo.
Quero sair desta superfície sempre fria criada por mil grãos de areia esquecidos. Reflicto tantos rostos, tantas almas que já desespero. Ando de um lado para o outro, sento-me nas cadeiras que me procuram sossegar sem resultado. Choro, grito e enlouqueço em cada uma delas. Não quero dizer mais mentiras aos velhos, não quero encostar minha testa à de outro adolescente triste e não quero observar outros mais. Toco no meu rosto e sinto as concavidades, as rugosidades e as feridas cuja cor nunca soube. Vivo apagada, ignorante de mim mesma podendo ver apenas as minhas mãos secas e meus pés imundos. Apenas uma sombra opaca e distorcida conheço como eu. Penso inconsciente, estou isolada do meu corpo desconhecido. E isso desassossega-me profundamente, entristece-me o coração não saber as ranhuras dos meus olhos tomando-os por meros círculos vazios.

análise: voltando ao cliché do espelho resolvi abordá-lo de outra maneira por sugestão do Professor Luís Conde, porque não ser o espelho? Não, não sou o espelho mas estou presa por detrás dele, faço o que ele faz mas por obrigação, e depois da eternidade, representar mil e uma personagens fez-me deixar de saber quem sou. Nunca sequer cheguei a conhecer o meu corpo pelo espelho, vivendo numa ironia permanente. Como já me perdi interiormente procuro desesperadamente o meu corpo sem qualquer sucesso. Abro então portas que não queria ter aberto pois apenas para um lugar escuro e vazio me levaram. Sento-me e choro, reconhecendo que perdi esta luta. Sento-me e grito, descobrindo a voz rouca e sem força. Sento-me e enlouqueço, quebro-me totalmente caindo então no chão e ficando realmente vazia por dentro.







b) conceito de grupo

Em nós existem muitos mundos. As portas que podemos abrir são imensas. Porém todas elas vêm de um núcleo comum: o sonho. É coisa estranha, bizarra e totalmente surreal mas genuína. É uma brincadeira azeda e sensorial. É uma zona neutra onde nos revoltamos contra nós mesmos. É um estado induzido pela hipnose do real. Torna-se o jogo viciado de que fugimos apesar de nos atrair pela profundidade da sua verdade.
Abre-se para as portas do surreal, do absurdo, do medo, da solidão, do desassossego e do tempo.
É o estado quase verdadeiro.


análise: abrimos todas portas para dentro do Homem. Mas é a procura, a fuga, o confronto, a descoberta, a contemplação e o tempo que vivemos dentro de nós. As portas inter-relacionam-se e interagem mesmo umas com as outras porque vão dar ao mesmo fim: a verdade.