16.12.10

ambiguidade duma coisa é a certeza de outra


Confesso que este módulo me agradou mais que o anterior.
O facto de estarmos sem oficinas não ajuda nada mas penso que preferi mesmo assim trabalhar com plasticina do que com materiais reciclados.
Consegui manter uma maior organização no meu diário de projecto e envolver-me mais. desenhei mais, escrevi mais e reflecti mais.
Uma coisa que me agradou especialmente foi o resultado final do meu filme, foi uma surpresa agradável para mim pois nunca antes tinha trabalhado com programas de vídeo, no meu caso iMovie. Pude deste modo conciliar fotografia com cinema e som que são três coisas que me agradam muito.
Tive mais dificuldade em encontrar um modo de expressar na apresentação o meu conceito. o desconhecido é algo muito ambíguo.

fundos abismáticos

Pouco tempo antes de iniciar o módulo de Cerâmica comecei a explorar um tipo de desenho no meu diário gráfico: poesia gráfica. E, um dos desenhos que fiz acabou por ser uma ponte importante para o meu trabalho pois não só dizia as palavras como tinha a imagem do meu conceito:
Houve também uma música que me inspirou muito e que coloquei no filme final do meu trabalho. The Decant Session, de Yann Tiersen, presente no filme ‘Good-Bye Lenin’ transmitia os sentimentos do bizarro, estranheza e contorção que eu também queria ‘passar’.
 
 


Uma forte influência para mim ao longo do trabalho foi o mar. O mais curioso é que foi algo inconsciente, pois aos poucos, à medida que o meu trabalho se ia desenvolvendo, as pessoas diziam que ora uma coisa fazia lembrar algas, outra um búzio, ou as cores, ou a densidade e os padrões.
Acabei assim por notar que era verdade de facto.
E pude também ligar o mar ao meu conceito.
O mar é um mundo misterioso e ainda muito desconhecido para o Homem. A maioria das pessoas sente um fascínio por este. Pela sua elegância, pureza, brutalidade ou tranquilidade.
Ora o meu conceito acaba por interpelar todos estes pontos.
O mar também causa medos, traumas, ansiedades.
Todo ele é desconhecido. Todo ele é magnético. Todo ele nos chama.

11.12.10

respondo o que me perguntam. e depois dá nisto.


O trabalho foi-se desenvolvendo sempre desenvolvendo com palavras como desconhecido, abismo, perder, arriscar.
Fui arrancado aos poucos as cascas grossas que cobriam o cerne do meu conceito, descasquei-o até ao desconhecido.
Através do trabalho com a plasticina pude dar uma forma tridimensional ao que antes não passavam de desenhos abstractos orgânicos.
Inicialmente estava muito agarrada ao desenho em si, mas com o número de trabalhos já feitos comecei a fazê-los a partir do nada.
Assim, após algumas aulas consegui chegar ao que seria o meu trabalho final: uma forma composta por lastras encaixas e enroladas entre si, no meio, como núcleo e início encontra-se uma listra dobrada em caracol e todas as outra formam-se em sua volta como se pôde ver na peça final.
Procurei assim transmitir esta ideia de confusão e fragmento não só através da peça em si como no filme que tivemos que fazer e penso que o consegui fazer.

angústia repressiva


apresentação do meu conceito do módulo I - Ourivesaria

10.12.10

isto é só partir terra cota


  este aspecto deformado e montado chamou-me a atenção. estas rachas e colagens tocam o meu conceito de ‘é preciso partires-te primeiro para te reconstruires’.


 
  a sua forma concâva e a sua brancura transmite uma sensação de calma, de tranquilidade que no meu conceito tento atingir



  esta peça tem formas muito suaves e delicadas que se agrupam dando um aspecto de flor. no entanto não é propriamente o seu aspecto exterior que me interessa mas sim o seu interior. no entanto esta falsa ideia se perfeição adequa-se perfeitamente ao meu conceito



  este floreado branco e em tubo forma uma mancha uniforme, no entanto cada um destes ‘tubos’ é diferente um do outro pois encaixam-se uns nos outros, num puzzle desigual



  a superfície totalmente alisada e o contraste de luz/sombra  cria um jogo  visual que me agrada e alude a uma falsa perfeição. a uma fragilidade.




este caos provavelmente propositado e as cores mel são agridoce aos meus olhos. e assim relaciona-se com o meu conceito





aqui as cores escuras predominam tendo no entanto um fundo claro. os relevos também me chamaram a atenção. além disso esta influência da cerâmica grega é algo que me agrada.

5.12.10

inspiração, pelo nariz


imagens fonte de inspiração

  este agrupamento de cores relaciona-se com a minha visão cromática do ‘abstracto’ e usei-a para a paleta de cores da minha maquete

 
o cartaz do doclisboa 2009, era uma mistura seca do quotidiano banal com o plano cinematográfico. este rasgo mostrando um ambiente ainda mais urbano demonstra o quão urbano é o meu conceito. porque o desconhecido pode ser a nossa própria cidade. até que ponto conhecemos Lisboa?

 
esta curvatura, perfeição do traço e a textura rica tornam esta fotografia a falsa espectativa do ideal. é errática. aparenta. não é.




este enredo de ferro
milimetricamente
moldado e colocado no
seu impacto visual
contrastante mostra o
jogo de oposições urbanas e mentais do meu conceito



a simetria assimétrica.
a regularidade irregular.
o banal oculto.
bem-vindos à rotina.




este jogo de sombra-luz é um dos meus preferidos, nem é preciso o preto e branco quando a luz branca e a luz escura dançam.
o desconhecido e o conhecido abraçam-se nas pequenas coisas


a água é algo refrescante, a sua imensidão e barulho acalma-me no momento mais confuso.


o mundo vegetal tem formas surpreendentemente belas, mesmo quando já não passam de naturezas mortas. ressequidas
pode ter o aspecto perfeito de um metal frio, mas no entanto é uma madeira quente e curvilínea. é uma ilusão.



autores: akii jazz, alvaro dias, ana luar, helena, manuel madeira, marcelo j costa, m rosario antonio, nuno bernardo.

4.11.10

primeiros retratos chorosos

 CONCEITO!
CENÁRIO/SITUAÇÃO
onde?
o que faz parte?
do que é feito?
que cores?
que  acções?

FANTASIA! EXPANDE-TE ATÉ À MAIS ÍNFIMA MOLÉCULA


o meu conceito vive no meu subconsciente. é o que penso sem pensar. não tem limites. é um infinito-e-mais-além. É de manchas, disformes, achatadas, moldadas umas às outras, ao seu próprio distanciamento. São o meu próprio mundo surreal e abstracto numa textura delicada e eclética, num leque de pretos, amarelos, roxos e vermelhos. Vão-se soltando em volta de um núcleo impreciso, tornando-se mais redondas, mais límpidas e brancas. Partem-se. Recomeçam. Reconstroiem-se.





libertação para aprisionamento

a minha terceira resposta:

Mas era preciso arriscar.
Preciso de mudar o que está à minha volta, o que está dentro de mim. Estou cansada desta constante do momento igual.
Quero soltar as minhas angústias, quero rebentá-las.
Um segundo de profunda escuridão que durasse sempre num canto. Necessito desesperadamente desta caixa de isolamento exterior. Não há som, não há imagem, não há frio, não há tempo.
Solta-me e deixa-me liberta. Não te quero magoar mas isto já me atormenta demasiado. É já muito tempo, é já muita diferença, muito distanciamento. Não quero viver mais esta ilusão, esta ignorância, este paradoxo tridimensional.
Não me tentes explorar mais com todo o verde.
Deixa-me arriscar que eu preciso de sofrer de desconhecido outra vez. Deixa-me ter medo do que virá.

3.11.10

riscando e arriscando


a minha segunda resposta:

Mas era preciso arriscar.
Quero libertar-me desta sensação de confusão, de normalidade e monotonismo. Sinto que preciso de arriscar para me libertar desta sensação de mau-estar que me aperta as mãos e a alma. Não sei o que fazer.
Quero arriscar para me sentir livre e suspensa num ar frio e incerto onde posso encontrar e fazer tudo.
Mas tenho medo, não de me magoar, mas de magoar os outros. No entanto quero soltar-me do real.
Entranhar no sonho do surreal navegando até ao ponto mais absctracto.
Esta sensação é de vidro, é baço. Quero arriscar. Preciso de arriscar. Desejo agora o desconhecido. Mas continuo com medo.

respondendo primeiramente

a minha primeira resposta:

 Mas era preciso arriscar.
 Estou disposta a arriscar-me. A separar-me de mim mesma para me reconstruir, para nascer de novo.
 Não tenho medo de me libertar da minha própria bolha quotidiana. Posso cortar as minhas raízes e reescrever-me.
 Era preciso arriscar para sair do mundo. Podia cair no abismo ou simplesmente adaptar-me.
 Posso transformar-me num camaleão de pensamentos mas só me perderia mais, só cairia mais. Até tocar no fundo duro.
 Estou disposta a arriscar por um caminho incerto só por um sonho.
 Mesmo que me desfaça sempre mais um bocadinho.

desafiados novamente


penso que este desafio era bastante semelhante com o anterior,
pois ao revelarmos em que é que mudamos
estamos a mostrar a nossa fraqueza
e um desafio pelo qual passámos.
a diferença, no entanto, é que neste desafio
temos que por mais em causa e com algo mais concreto
pelo qual arriscar,
é um futuro enquanto que no anterior era um passado.

com muita batatada e corte lá chegou







e assim ficaram as minhas peças finais.
fim do módulo I - Ourivesaria

2.11.10

construção manual






construção das peças finais


1.11.10

caminhando para o fim a passo de gato

 assim ficou o desenho final do pendente.
'Aqui jaz a tua consciência.
E daqui não sairá.'

'a ironia da câmara lenta'

'desconstrução'
(invertida?)

a cor também importa


 consegui encontrar então uma ilustração abstracta do meu do conceito


comecei então a pegar em algumas ideias e a trabalha-las a grafite e tinta da china


como um processo tem sempre pontos inacabados ou abandonados aqui está um


 pegando na primeira ideia iniciei a exploração cromática sugerida pelo Professor Luís Conde


aqui começou a ideia de desconstrução e pensamento


a ideia de tempo também surgiu


aqui encontram-se várias ideias, em especial evidência a de desconstrução física e mental


mais uma exploração cromática, mas desta vez realizada numa aguada feita a partir de lápis aguarela


aqui finalizei então a exploração (livre) de ideias passando para a selecção e desenvolvimento de uma ideia.
mostrando-se então dois estudos, um para um pendente e outro para um anel.


30.10.10

abstractização da forma do pensamento


a ideia de aprisionamento contínuo também surgiu na minha exploração de ideias.


a confusão, o tornado mental também se mostrou.


pegando na ideia anterior explorei a ideia para um anel. a textura e mudança surgiram naturalmente.





assim terminei o desenho figurativo e iniciei a exploração dos conceitos mais soltos e abstractos.






percorrer a mente a pontapé


iniciei a minha exploração de ideias com a base da solidão


''a manhã é a abertura
das cortinas da noite.
é o raiar do eu sei
e o esquecimento da dor.''


''O medo apanhar-me-á. Mais cedo ou mais tarde.'


'Despida de conforto.
Nua de presença.
Envolta no nada.
Isolada do real.
Entregue à própria carne.'


chegei também às cores e contrastes.


a ideia de montagem do tempo ficou incompleta.
(ironia?)

regressei às cores e comecei a agarrar mais em formas e não em figuras.


e assim termina a minha primeira fase de exploração de ideias.